domingo, 24 de fevereiro de 2013

Opinião: "O mundo amarelo" de Albert Espinosa [Editorial Presença]


Este livro é fascinante, e impossível de o parar de ler.

Mas o que é que o torna tão fascinante?
Primeiro, o autor estabelece uma relação com o leitor diria simbiótica, dando-me a sensação de que está a falar comigo a uns escassos metros.
Segundo, este livro presenteia o leitor, com a descrição da luta de Albert contra o Cancro e das lições que adquiriu ao longo da sua vida. 
E que luta, que determinação, que desprendimento de Albert!!!

A reter, - uma das mensagens mais importante que retirei deste livro, e que tem a ver com o título da obra - "Os amarelos" - é a de que nós nas relações que estabelecemos com os outros, esperamos sempre algo da outra pessoa, tornando-nos por vezes extremamente exigentes e por vezes irrealistas, acabando por perder um amigo(a) de longa data. O conceito dos "amarelos" consiste na premissa de dar ao outro, sem estar a espera de retribuição. É o de não criar pactos/compromissos, mas sim viver o dia-a-dia gozando-o ao máximo (carpe diem).
A segunda mensagem também a reter, tem a ver com a MORTE  e o tabu gerado à volta da mesma. É importante esta mensagem deixada por Albert Espinosa, principalmente por ter lidado de perto com a morte directamente e indirectamente (através de alguns dos seus companheiros pelones que não resistiram ao Cancro). Albert refere que não tem medo da morte, e eu acredito que não tenha medo dela. Diz-nos que devemos falar abertamente sobre a morte, idealizar um dia, uma época que gostaríamos de morrer. Concordo, com a perspetiva do autor, pois nós somos capazes de idealizar planos para a nossa vida, muitos deles não se realizam, e o que temos de mais certo - A MORTE - evita-se falar. As pessoas não sabem como se comportar num funeral de um amigo ou conhecido, dizem frases feitas, como por exemplo: "Meus pêsames"; "Descansa em Paz"; "Agora está no céu a cuidar de vós"... quando o que aquelas pessoas precisam de ouvir é de histórias, de experiências que aquele seu conhecido/amigo partilhou com o seu ente querido. A morte é um fechar de um ciclo, e deve ser fechada com chave de ouro. Aquelas pessoas que nós amamos e que infelizmente já partiram, continuam a viver através de nós.

Este livro recomendo a todos vós, para que possam dar o valor que a VIDA merece.

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