Meus queridos amigos adorei ler este magnífico livro. Um clássico publicado em 1872 (finais do século XIX).
Esta narrativa foi muito bem delineada por Dostoiévski, ou seja, está muito bem estruturada com descrições apelativas, com reflexões interessantes quer do ponto de vista filosófico, psicológico e sociológico.
Neste livro, deparei-me com reflexões profundas feitas por o autor, que de certa forma, me surpreenderam isto porque apesar de estarmos no século XXI essas reflexões continuam tão atuais como no século XIX.
As personagens deste enredo não são boas nem são más, mas o autor sabe como ninguém criar eventos/situações que levam ao limite a ponto de cometerem atrocidades - penso que daqui advém e justifica-se o titulo deste livro - "Demónios".
Deixo-vos com este pequeno excerto deste livro, para refletir:
"- O homem tem medo da morte porque gosta da vida, é assim que eu entendo - observei -, e é assim que manda a natureza.
- É ignomínia, é isso todo o engano! - e os olhos dele chisparam. - Vida é dor, vida é medo, homem é infeliz. Agora tudo dor e medo. Agora, homem gosta da vida porque gosta de dor e medo. Fizeram a coisa assim. Vida é dada agora em troca de dor e medo, aí o engano. Agora o homem não como deve ser o homem. Homem novo haverá, feliz, orgulhoso. Indiferente viver ou não viver: só para homem novo. Quem vencer dor e medo, ele próprio Deus. E aquele Deus não existirá." (Dostoiévski, 1872)
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